Se você navega num Apple ou usa o Linux, provavelmente não perceberá diferença nenhuma neste texto. Pra falar a verdade, se você usa Windows vê a diferença, mas não sabe dizer o que é, ou nem percebeu.

O que há de tão diferente? A fonte.

O normal aqui do blog, e pré-programado no CSS (cascade style sheet, ou folha de estilo em cascata) é “Verdana, Arial, Helvetica, sans-serife”. Hoje eu tirei a Verdana dessa fila.

Resumindo rapidamente a história de cada uma:

  • A Helvetica, consagrada como a fonte mais versátil de todos os tempos, foi criada em 1957, na Escola de Design de Basileia, na Suíça. Desde a sua criação, tem sido usada como fonte institucional e em elementos nominativos (logotipos) de várias marcas. É também muito empregada em sistemas de sinalização, tanto de transito quanto em ambientes internos (é, por exemplo, encontrada nas placas e mapas da CPTM e Metro de São Paulo). Ela é tão importante para a história da tipografia no século XX, que em 2007 foi lançado um documentário para comemorar seus 50 anos (ainda não o assisti porque ainda não consegui traduzir as legendas do Espanhol para o Português). Existem versões delan e de suas vaiantes para Windows e Mac.
  • A Arial foi criada pela fundidora MonoType, no final da década de 1980 para ser usada nas primeiras versões do ambiente gráfico Windows, da Microsoft (naquela época ainda não era um sistema operacional independente, rodando sobre o MSDOS). Ela é uma cópia muito fiel da Helvetica, e até hoje, a única diferença que encontrei entre as duas foi a perna do R (na Arial é reta e inclinada, e na Helvetica é vertical e curvada). Os estudos de sua criação visavam preferencialmente seu uso em monitores e televisores. Esta família tipográfica só existem em versão para o Windows. E pelo seu histórico de plágio da Helvetica, muitos designers se recusam a usá- em trabalhos impressos.
  • A Verdana foi criada por Matthew Carter, por encomenda da Microsoft, em 1996, para a segunda versão do Windows 95 (primeira versão do Windows lançada em CD). Estruturalmente falando, a Verdana é mais larga que a Arial e a Helvetica, e sua altura x (altura da letra x minúscula, medida referencial para o desenho de todas as letras minúsculas de uma fonte) é ligeiramente maior que as outras duas. Essas características a tornam mais leves e, ao mesmo tempo, aumentam sua legibilidade em blocos de textos vistos em monitores. Provavelmente foi a primeira família tipográfica, com características voltadas para o uso na internet.

Para termos uma ideia melhor de tudo o que estou dizendo, abaixo coloquei um comparativo bem simples entre a Arial (azul) e a Verdana (preta). Podemos notar as diferenças de largura e da altura x.

Não incluí aqui a Helvetica, por não tê-la instalada no computador. Mas toda observação válida para a Arial pode ser aplicada (“sem dó”) à Helvetica.

A partir daqui volto a usar a Verdana neste post.

Num mesmo corpo (tamanho absoluto no qual a fonte é usada, independentemente de suas características) a Verdana parece muito maior e bem menos densa que a Arial/Helvetica. Isso se torna ainda mais perceptível aqui no texto do post (corpo 12px/15px). Embora as outras duas tenham uma aparência mais formal e sisuda, a Verdana se adapta melhor a um grande bloco de texto em monitores de qualquer tamanho.

Escolher a Verdana e não Arial/Helvetica quando criei o blog, não foi uma escolha baseada em gosto pessoal ou convenções estéticas, mas em questões ergonômicas (ou seja, conforto visual). Além disso, não posso escolher a fonte que eu quiser para um site (X)HTML, pois o usuários final (no caso, você) precisa tê-la instalada no seu computador.

Arial e Verdana são fontes de sistema do Windows, e Helvetica do Mac. Sem elas, esses sistemas operacionais não funcionam. Isso garante que sejam encontradas em quase todos os computadores (menos os que usam Linux).

Para entender como é feita essa “escolha” da fonte para um site: quando se programa o CSS, nas configurações de Font-Family (família de fontes) cria-se uma “listinha” de fontes: “a preferencial (eu quero que seja esta), segunda opção (se não tiver serve essa), uma terceira opção (não custa tentar mais uma vez), uma fonte genérica (serif, sans-serif, ou qualquer outro gênero, no caso de não haver nenhuma das opções desejadas)”.

Embora fontes padrão OpenType são vinculadas a outros tipos de arquivos editáveis (textos, imagens vetoriais, etc), em (X)HTML, PHP, CSS, e outros formatos usados na internet não são, para impedir o fluxo de “conteúdo desnecessário”, agilizando a navegação.

Uma nova linguagem está em fase final de desenvolvimento, o HTML 5.0, e ela promete muitas novidades. Vamos torcer para a “liberação tipográfica” ser uma delas.

Quais são as fontes de sistema do Linux e quais equivalem à Verdana e à Arial/Helvetica? Se alguém souber, por favor me conte.