Panorâmica interna do Bolão

Este ginásio aí é o Nicolino de Lucca. Mais conhecido como Bolão, por seu formato em cúpula. Também já tentaram apelidá-lo “Panela de Pressão” (numa época que todo ginásio circular era chamado de  “Panela de Pressão”).

Nos anos 80, o saudoso Divino Cica mandava seus jogos de basquete aí. Eu vi uma única partida da equipe: a despedida da “Magic” Paula (na época, era só Paula). Se me perguntarem quem ganhou, não lembrarei. Mas lembro-me de invadir a quadra, com meu pai e meu irmão ao término do jogo.

Nos anos 90, a equipe de masculina de basquete do Corinthians jogava nesta quadra. Mesmo capitaneada pelo “Mão Santa” Oscar Schimidt, não com seguiram empolgar nem os ‘curinthianos’ locais.

Até então, o fundo da quadra se alinhava com aquela escadaria à esquerda, entre as duas entradas. As laterais da área rebaixada estava cheia de cadeiras laranjas. Mas o ginásio foi todo reformulado para receber os jogos do Leites Nestlé (anteriormente Leite Moça e atualmente Molico/Osaco). Em 1998, o time da casa, que contava com Ana Moser, Ana Paula, Leila e Karin, perdeu a final da Superliga Feminina de Volei no Bolão lotado, para o Rexona, de Fernanda Venturine e Bernardinho. A equipe ficou em Jundiaí mais um ano, depois mudou-se e trocou de nome.

Depois disso, a Quaker tentou bancar um novo time de basquete feminino. Mas a fabricante de aveia logo retirou o patrocínio a equipe passou a jogar com um ponto de interrogação no lugar do patrocinador.

Antes de tudo isso, o Bolão sediou duas edições dos Jogos Abertos do Interior. No lugar já teve também edições dos Jogos Regionais e partidas de seleções brasileiras de várias modalidades esportivas.

Pois é, esta cúpula fina e alta de concreto, parte da história do esporte nacional, também sempre esteve disponível à população jundiaiense, inclusive eu. Pouco antes do Corinthians mudar-se para o a cidade, eu treinava futsal no Bolão. Não havia peneira ou qualquer tipo de seletiva, era só chegar e participar (ainda bem, pois sempre fui meia-boca). O time não disputava torneios, mesmo assim era legal aparecer por lá três vezes por semana.

Não ia até lá por falta de opção. Na praça em frente de casa tem uma quadra e nunca faltou com quem jogar. Mas no Bolão havia treinamento físico (nem tanto) e tático. Também aprendia as regras de verdade.

Foi uma época curta mas bem legal. Durou menos de um ano. A Secretaria Municipal de Esportes cancelou a atividade. O não mantive contato com ninguém (não reconheceria nenhum dos colegas hoje).