Minha amiga já voltou para Munique. Mas antes saí com ela para comprar lembranças para os amigos de lá. Fomos de bicicleta e as deixamos no bicicletário de uma praça.

O mesmo sistema de blocagem que facilita a manutenção também facilita o furto. Então, para evitar uma surpresa desagradável, tireia roda dianteira e a prendi junto ao quadro. Minha amiga ficou indignada com isso. Na cidade onde ela mora é comum as pessoas pararem as magrelas na calçada, apoiadas pelo pezinho e travando o aro traseiro ao quadro, sem ancorar o conjunto em qualquer ponto fixo (bicicletário, poste, grade, etc).

Isso é suficientemente seguro a ponto de impedir roubo?

Claro que não! Segundo o colega de apartamento da minha amiga, Munique é a cidade alemã onde mais se roubam bicicletas. Ela mesma esconde a dela atrás de moitas bem presas a alguma grade ou no paraciclo de alguma estação movimentada.

E não é de hoje isso acontece na “Pátria mãe do Design”. No início da década de 90, num episódio do seriado alemão Peter e Sua Caixa de Brinquedos (exibido na época pela TV Cultura), o protagonista encontra apenas a roda dianteira da sua bike presa no estacionamento onde a deixou. Mais a frente, encontra uma mulher que teve apenas o pneu da frente furtado da sua magrela (a lógica sugere que os dois foram vítimas do mesmo ladrão).

Desde que assisti isso, fiquei com a justa paranoia de um dia passar por esta situação, tanto que exitei muito para aceitar a instalação de cubos com blocagem na minha bicicleta. Quando instalei eixos com trava rápida minha bicicleta, comprei um segundo cadeado de cabo de aço para dificultar o furto da roda dianteira.

Não é só aqui e na Alemanha que se roubam rodas (ou bicicletas inteiras). Na Inglaterra existe até um cadeado específico para blocagem (clique aqui e saiba mais). E se alguém me disser algum lugar do mundo onde não exista esse problema, provavelmente será alguma nação insular minúscula do Pacífico Sul, tipo Fiji ou Tuvalu.