Enquanto não é hora de embarcar, vou dar um rolê pelos terminais

Em novembro de 2014, passando pelo gigantesco Charles de Gaulle a caminho, as placas foram muito úteis na procura do terminal onde embarquei para Munique. Nem me importei se usaram Helvética ou outra fonte qualquer no projeto de sinalização.

Uma boa fonte tipográfica deve ser invisível. Não pode chamar a atenção para si. O foco deve estar totalmente no conteúdo informativo do texto. Todo mundo já disse isso, de todas as formas possíveis. Este é o princípio fundamental para se criar fontes desde os tempos de Gutenberg. E foi exatamente isso que aconteceu no aeroporto de Paris. Só que não usaram qualquer fonte naqueles terminais franceses. Nos anos 60, quando o aeroporto foi construído, encomendaram uma família tipográfica a Adrian Fruiger. O mestre suíço deu seu nome ao tal conjunto de caracteres.

A fonte Frutiger também foi usada num outro projeto gráfico muito importante: as cédulas e moedas de Euro.

Mesmo com este currículo, a Frutiger não foi o principal trabalho do suíço nessa área. Vaiando peso, largura e inclinação, ele criou a gigantesca família Univers, com mais de vinte membros. Existe praticamente uma para cada uso que se possa pensar para fontes sans-serif.

Adrian foi um dos principais tipógrafos do século XX (“um dos” porque o principal foi Ed Benguiat). Escreveu vários livros (Sinais & Símbolos é leitura obrigatória para todos os profissionais da área). E foi um dos principais nomes do design pós Bauhaus.

Ontem soube da sua morte pelo Facebook. Outro mestre que se vai…