Não é segredo que este ano voltei a estudar. O MBA em Marketing que estou cursando aparece nos meus perfis do Facebook e do LinkedIn desde janeiro. E já estou na minha quarta semana de aulas.

Uma das duas disciplinas do primeiro bimestre é Gestão Estratégica, às segundas-feiras. Nas duas últimas aulas estudamos Pesquisa de Marketing, que pode ser quantitativa (estatísticas, números e gráficos de pizza) ou qualitativa (coleta de opiniões de consumidores).

Coincidentemente na terça-feira, fui abordado por um instituto de pesquisa no cruzamento da rua Barão de Itapetininga com a Dom José de Barros. Perguntaram se eu trabalhava, já trabalhei ou se tenho algum parente que trabalhe com pesquisa ou publicidade. Como eu ainda só estudo Marqueting, respondi que não.

Após um rápido questionário de classificação sócio-econômica, respondido alí no calçadão, fui convidado a experimentar a bolacha (ou biscoito) de aveia que a Quacker lançará 3m breve. Será um produto concorrente da linha Nesfit, da Nestlé.

Já num prédio próximo, o pesquisador apresentou-me a proposta do produto: alimentação saldável no café da manhã e “refeições intermediárias”. Em seguida, ele listou os sabobres (cacau, frutas vermelhas, leite + mel e banana). Perguntou o qual o meu grau de interesse em comprar cada um por um preço que eu considere justo. E depois de uma série de outros questinamentos, o entrevistador trouxe-me quatro boloachas dos dois sabores que demonstrei o maior e menor entusiásmo: cacau e banana, respectivamente.

Primeireiro ele trouxe quatro unidades de cacau. Pediu uma análize visual: diâmetro, espessura, cor, se a quantidade de aveia era satisfatória e o appetite appeal (o quanto parece apetitoso). Perguntou sobre o cheiro: intensidade e o quanto lembra o sabor.

Finalmente ele me disse para provar dois! Perguntou do sabor: o quanto é docê e o quanto é amargo, se realmente parece cacau, o quanto apreciei e o quanto o gosto que ficou na boca é agradável e intenso.

Provei mais uma bolacha só para descrever a textura e a crocância. O último biscoito comi apenas para dizer o quanto os grãos de aveia eram perceptíveis.

Depois repeti todo o procedimento com quatro bolachas de banana. Só não foi questionado o amargor do produto.

Então o pesquisador entregou-me um pacote de bolachas prateado e sem qualquer impressão. Era apenas um boneco, mas realmente continha o produto dentro. Ele perguntou o quanto eu acho que seria um preço razoável (R$ 2,70), o máximo que eu pagaria (R$ 3,00) e qual seria um preço promocional interessante (R$ 2,20).

Terminada a última etapa, o pesquisador colocou o pacote numa sacolinha de papel e pediu para acompanhá-lo receber um brinde pela participação. Pensei que ganharia uma amostra do produto, mas deram-me um foninho de ouvido daqueles que os marreteiros vendem no trem (“lá fora você vai paga dez a quinze Reais, mas na minha mão é cinco”). Mas valeu mesmo a participação e a demonstração prática da teoria que estudei na noite anterior.

Ao me despedir do entrevistador, perguntei se era pedido algum sigilo sobre o lançamento do produto. Ele respondeu que não e explicou que quando há confidencialidade o nome da empresa não é citado durante a entrevista. Então estou liberado para falar que a bolacha de aveia Quacker estará à venda em breve.