Outra coisa que podemos observar bem no vídeo (postado segunda-feira) é a Bateria Energética.

Concebida originalmente como uma lanterna ferroviária a carbureto, durante a Era de Ouro dos Quadrinhos, ela deu nome ao personagem. Já na década de 1960, durante a Era de Prata, foi reestilizada e ganhou a função de recarregar os anéis dos Lanternas Verdes. Uma terceira versão foi adotada na década de 1990. Mas hoje prevalece o ‘design’ dos nos 60.

Trata-se de um objeto com uma forma consagrada a quase meio século. Gerações cresceram imaginando como seria segurá-la e recarregar o anel, pronunciando o juramento “No dia mais claro/Na noite mais densa/…”.

A lembrança mais antiga que tenho da Bateria Energética vem de uma coleção de bonecos cartelados, chamada Superpowers. Junto à figura de Hal Jordan, vinha um pequeno lapião redondo, o qual me perguntava se o personagem materializava-o com os poderes de seu anel. Mas no final dos anos 90, quando comecei a ler Lanterna Verde, descobri que era exatamente o cotrário: o poder do anel vinha da lanterna.

Mesmo com a expectativa de todos para ver este objeto clássico ganhando vida, a Warner e a DC Comics resolveram mudá-la. Essa é uma daquelas atitudes que indispõe os fãs antes mesmo da estreia do filme. Pode apostar que muita gente nem irá ao cinema por causa disso.

Exagero ou radicalismo de minha parte? Veja a nova Bateria Energética abaixo e diga em que ela se parece com a versão antiga ou com uma lanterna ferroviária.

Seria como se a Marvel colocasse orelhas (de arrancar pregos) no Mjolnir, o mítico martelo do Poderoso Thor. Mas a  ‘Casa das Ideias’ não inventa muito na hora de materializar seus objetos: a marreta do Deus do Trovão é exatamente como a que criada por Jack Kirby nos anos 60.

Aliás, repare na caracterização dos objetos e personagens dos filmes da Marvel. São muito mais fiéis aos quadrinhos. Exceto pela franquia dos X-Men, que mesmo assim Ciclope faz uma mensão aos trajes originais perguntando ao Wolverine, quando este desaprova as roupas pretas: “O que você queria? Um colant amarelo?”.